quarta-feira, 24 de junho de 2009

nesta pose

Minha perna direita está dobrada como em ovo. A esquerda estendida. Meus braços no chão servem de apoio à minha cabeça. Olhar longe. A imagem que tenho de mim não é a que meu corpo emana, pareço estar com as duas pernas estendidas, numa cama deitada.
A melancolia e o olhar melancólico são recorrentes em mim quando poso. Melancólica. Eu? Minhas pernas não estão no mesmo lugar que meu tronco. Começam a me desenhar pelo rabo, porque é a parte mais preta do meu corpo, começam a me desenhar pelos olhos por causa da expressão dos olhos.
A perna dobrada formiga, dorme. Braços embalam a cabeça, os olhos. Contemplativa.
Me perguntam no que estou pensando. Não sei se tenho pensamentos. Não, chega a ser pensamentos... tenho Sensações que estão no meu CORPO agora; a sensação da partida, de algo que foi embora ou de alguém que partiu. Está atrás dos olhos, na retina, no peito e numa camada superficial da pele. Sensação física do pensamento, ou da lembraça.

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