quarta-feira, 24 de junho de 2009

nesta pose

Minha perna direita está dobrada como em ovo. A esquerda estendida. Meus braços no chão servem de apoio à minha cabeça. Olhar longe. A imagem que tenho de mim não é a que meu corpo emana, pareço estar com as duas pernas estendidas, numa cama deitada.
A melancolia e o olhar melancólico são recorrentes em mim quando poso. Melancólica. Eu? Minhas pernas não estão no mesmo lugar que meu tronco. Começam a me desenhar pelo rabo, porque é a parte mais preta do meu corpo, começam a me desenhar pelos olhos por causa da expressão dos olhos.
A perna dobrada formiga, dorme. Braços embalam a cabeça, os olhos. Contemplativa.
Me perguntam no que estou pensando. Não sei se tenho pensamentos. Não, chega a ser pensamentos... tenho Sensações que estão no meu CORPO agora; a sensação da partida, de algo que foi embora ou de alguém que partiu. Está atrás dos olhos, na retina, no peito e numa camada superficial da pele. Sensação física do pensamento, ou da lembraça.

sábado, 20 de junho de 2009

de hoje

Tem coisas hoje que nao devem ser ditas, devem ser escritas, guardadas, maturadas, para somente depois serem enviadas a quem quer que seja. Momento das coisas, dos sentimentos, perceber o momento do outro ouvir a gente, momento da gente ouvir no outro o que dizemos.

Hoje alguma coisa muito forte e que tava parada ha alguns anos mudou em mim. nao sei se é uma mudança definitiva. nao sei se vai voltar ao lugar de antes. mas hoje eu pude fechar os olhos e sentir o meu corpo todo concordando, sentir o estomago concordando com o pancreas, concordando com as costela, concordando com o ar que sai e entra, concordando com o que eu sinto. Parece que hoje eu fui o meu estomago.
Senti que é possivel... é possivel eu sentir, e sentir a possibilidade de eu ser o que for de dentro.

agradeço e amo.